Três mulheres, três carreiras de sucesso: entre lágrimas e alegrias, a doce aventura de ser mãe
07 de maio de 2020

Três mulheres, três carreiras de sucesso: entre lágrimas e alegrias, a doce aventura de ser mãe

Três mulheres, três carreiras de sucesso: entre lágrimas e alegrias, a doce aventura de ser mãe

Francine Bagnati, mãe do Pedro (11), Caetano (8) e Rafael (4)

 

O significado de ser mãe varia de mulher para mulher. De modo geral, todas indicam que não é tarefa fácil, mas que o amor incondicional compensa. Entre renúncias, alegrias, lágrimas e celebrações, as mães são fundamentais para o funcionamento do mundo ao criar, nutrir e educar, muitas vezes em empreitadas solo, um ser humano. 

 

Como uma singela fração de reconhecimento, o segundo domingo de maio é dedicado a elas, que por sua vez dispensam boa parte da vida aos rebentos. Neste ano, com o isolamento social em vigor, a comemoração terá um tom um pouco diferente para quem está distante da mãe. Porém, nada que não possa ser amenizado com um pouquinho de criatividade e tecnologia, como uma ligação de vídeo e uma encomenda afetuosa para reduzir as saudades.

 

Para nos ajudar na missão de compreender e homenagear um pouquinho a maternidade, o Shopping Casa & Design convidou três mamães para contarem o seu ponto de vista sobre esta inigualável experiência.

 

Amor, responsabilidade e ensinamentos

Marina Paulo, arquiteta e mãe do Benício, de sete meses, se diz transformada com a experiência. “A maternidade me transformou completamente. Resgatou tudo que sempre fui em essência. É uma oportunidade de desempenhar nossa melhor versão. Queremos passar a melhor energia para esse ser que estamos gerando, criando, educando e preparando para o mundo”.

 

Já Margarida Baird, atriz e mãe de Ana Magdalena, 50, contou um pouco sobre a responsabilidade e alegria de ser mãe. “É um presente e uma imensa responsabilidade. Você traz um ser pra esse mundo. Precisa proteger e desenvolver o que de melhor há nessa pessoa, para que ela possa ser sensível, capaz de trabalhar a compaixão, a inteligência, a cultura e a arte. É uma responsabilidade e um amor que você vai ter para o resto da vida”.

 

A médica Francine Bagnati, mãe do Pedro (11), Caetano (8) e Rafael (4), concorda e complementa: “você nunca mais será a mesma depois de se tornar mãe, por isso é muito bom quando é uma escolha consciente. Se a gente conseguir ver essa jornada com um olhar cuidadoso, teremos a oportunidade de nos reencontrarmos no mundo, de voltarmos a nos encantar com o que há de mais simples, de apresentar um mundo potente e plural para pequenos seres em formação e de ampliar infinitamente o significado que atribuímos à palavra amor”.

 

Mães e profissionais: distância que a necessidade impõe

Marina desacelerou das 12 horas de diárias de trabalho como arquiteta, pois queria contemplar sua gravidez e puerpério com calma. 

 

Todas as três mulheres possuem carreiras bem sucedidas em suas áreas e percebem que ter filhos mudou sim o curso da vida, com certas renúncias, mas também com ganhos e inspirações. Assim que soube que seria mãe, Marina desacelerou das 12 horas de diárias de trabalho como arquiteta e assumiu uma jornada menor, pois queria contemplar sua gravidez e puerpério com calma. Para dar conta do recado, assumiu as tarefas do home office e decidiu que voltaria quando Benício completasse quatro meses. Porém, foi requisitada no mercado e estava de volta ao trabalho já no segundo mês após o nascimento do filho. 

 

“Não dá pra pegar tudo, abraçar todos os trabalhos, como eu fazia antes. A vantagem é que agora uso meu tempo livre muito melhor. Quando ele dorme, estou estudando, pesquisando. Na hora que sento para fazer o projeto, as coisas já estão mais organizadas, o projeto flui mais rápido. A parte criativa se beneficia. Hoje busco soluções diferentes, realizo trabalhos mais bonitos,” relata a arquiteta.

 

A médica Francine esteve distante dos filhos por seis semanas pois trabalha na linha de frente no combate ao Covid-19. “Foram dias absurdamente difíceis e que me fizeram valorizar ainda mais o tempo que eu tenho com eles“. Para ela, a busca pelo equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é o que traz melhores resultados. “Sou muito feliz com a minha profissão e não acho que seja possível ser um bom médico se você se esconder o tempo todo atrás de um jaleco. É preciso ter tempo livre para poetizar a vida, entrar em contato com o que há de materialidade e de abstrato na vida e, no meu caso como mãe, aprender o que as crianças têm para ensinar“.

 

A vivaz Margarida diz que, quando a filha nasceu, não queria se separar dela de modo algum. Ela lembra que voltou rápido ao trabalho, mas não sem sofrimento. Ao que tudo indica, sua paixão pela vida e pela arte também inspirou e contagiou a herdeira, que seguiu o caminho artístico da mãe e se tornou cantora. Margarida, uma fã de carteirinha da filha, conta do orgulho que tem: “toda vez que a vejo cantar eu choro. É tão lindo”. 

 

Mais do que uma casa, um lar

Parece que ter um filho em casa é a certeza de transformação. Fran diz que não é raro se deparar com bicicletas no meio da sala e Marina, mesmo sendo mãe há pouco tempo, disse que nos primeiros dias já mudou o uso da casa completamente. “Mês a mês a casa se transforma e a criança toma conta da casa. O bebê traz o significado de lar para a casa. Hoje temos mais fotos da família e menos plantinhas, já que desde o segundo mês ele já olha um verdinho e quer puxar”.

 

“A casa que a gente teve oportunidade de construir foi pensada para dar liberdade ao mesmo tempo em que favorece o convívio da família. Se você entra nela, vai dar de cara com coisas como tecidos acrobáticos pendurados no mezanino e provavelmente uma bicicleta no meio do caminho”, explica Fran. Mas a sensação de lar compensa. “Um dia eu poderei redecorá-la com enfeites bonitos e ela estará sempre organizada. Quando esse dia chegar, tenho certeza de que vou sentir saudades da confusão das crianças”.

 

O Dia das Mães perfeito

Margarida Baird: que os filhos possam agradecer pela mãe e a mãe possa agradecer aos filhos pela escolha, afinal há quem acredite que os filhos escolhem seus pais

 

Como seria o domingo das mães ideal para elas? Marina tem um desejo singelo: "acordar com o filho sorrindo. Não precisa mais nada, apenas que ele seja alegre e saudável." Para Margarida, é um momento para ser grata: “o melhor para o Dia das Mães é o agradecimento! Que os filhos possam agradecer pela mãe e a mãe possa agradecer aos filhos pela escolha, afinal há quem acredite que os filhos escolhem seus pais! É um momento para os filhos compreenderem que os pais fizeram e doaram tudo o que conseguiram”. Ela deixa uma dica às mães de primeira viagem “Aproveite enquanto eles são pequenininhos. Brinque, ouça, olhe todo o tempo que puder. Ensine a ser responsável, a ajudar em casa”. 

 

Fran relembra que nem todas as mães estão em posição de privilégio e pede o reconhecimento social do papel da maternidade. “Há números alarmantes de crianças sem registro paterno nas certidões de nascimento, de mães que não conseguem se reinserir no mercado de trabalho após a maternidade, de mulheres que assumem jornadas triplas para gerenciar trabalho, maternidade e gestão do lar sem a parceria real de seus companheiros. Esses fatos me lembram de que a jornada ainda é longa e árdua”. 

 

Entre afetos e superações, o segundo domingo de maio costuma ser muito especial. Que todos que têm a mãe por perto, ainda que distante fisicamente, usufruam desta data deixando claro a elas das doçuras e desafios de fazer parte da família. 

 

Feliz Dia das Mães! Que seja um domingo de muito amor, troca e carinho.

 

Texto: Naiara Lima

Fotos: Divulgação

 


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